segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Novos tempos

Os tempos mudaram muito...
Quando iniciei no Ginásio, em 1953, na sala de aula havia um tablado de madeira onde estava colocada a mesa do professor. O mestre se colocava ali, numa posição de destaque, em frente ao quadro negro para a exposição de sua aula. Entendia eu, que aquele "palco", dava certo destaque ao professor. Mantinha-o afastado dos alunos e isso se apoiava na disciplina rígida da época. Os alunos se levantavam em cumprimento ao professor que chegava. Cantávamos o Hino Nacional Brasileiro em posição de sentido, com rostos sérios e muito respeito pela Pátria amada, representada ali pela Bandeira Brasileira hasteada no mastro. Hoje em dia os alunos não cantam mais o Hino Nacinal nem o Hino à Bandeira. Os jovens de hoje desconhecem o valor desses símbolos que aprendemos a respeitar através das aulas de Moral e Civismo.



Usei a pena para escrever com tinta. A pena colocada numa haste de madeira , que servia para alongar e podermos segurá-la. Usei tinta Nanquim e tinta Parker para escrever.




Sou do tempo do papel carbono  que servia para transferir o desenho para o tecido que se desejava bordar com linhas Âncora  ou Ilha da Madeira, para trabalhos muito delicados como monogramas (letras entrelaçadas), usadas nos lençóis de noiva ou nos enxovais de bebês. Sou do tempo em que se usava cinteiro para envolver a barriga do bebê recem-nascido para "proteger" o umbigo no primeiro mês de vida..


Conheci a televisão em preto e branco, com a imagem cheia de chuviscos que caía, caía... Andei de trem porque em muitos lugares ainda não tinha ônibus e as estradas não tinham asfalto nem calçamento. Fui para a Escola a pé por anos a fio, o que me garantiu as muitas manchas senis que hoje ostento em meus braços. Calçava tamancos de madeira ou alpercatas, quando criança. No recreio brincavamos de "chicotinho queimado" e de "esconde - esconde", brincadeiras simples e inocentes.

Hoje, os tempos são outros...
Sei que as mudanças são necessárias à adaptação ao mundo pós-moderno.
A medicina, por exemplo, de modo espetacular, tem se desenvolvido muito nesse meu tempo de vida. Ainda tem muito a alcançar, os desafios são constantes e cada vez maiores. No meu tempo de criança ainda fomos tratados com chás, banhos, escalda-pés, ventosas , compressas... O farmacêutico era o "médico" no interior.Havia também as rezadeiras que tratavam de cobreiro e de "quebrante". Quando as moças ou senhoras estavam tristes, desanimadas, (certamente deprimidas), a rezadeira dizia que o mal era "quebrante", ou "mal olhado". Usava um galhinho de arruda fazendo o sinal de cruz. Quando terminava, ela dizia que o galho estava murcho porque o quebranto era muito forte. Coisas de um tempo que não volta mais...

Na verdade, o que me assusta, é a forma abrupta da troca de valores significativos. O que era certo para nós, hoje é motivo de críticas. Parece que perdemos os limites e na educação, principalmente, estamos sentindo a desenfreada liberdade, que a meu ver, tem sido a causa da onda turbulenta de violência e desrespeito vividos em nosso país e no mundo.
As crianças criadas sem autoridade paterna ou materna e na maioria das vezes sem  a presença destes, tendem a trilhar sozinhos os caminhos obscuros da vida... Poucos são os exemplos de respeito, dignidade, obediência, fidelidade e retidão que podemos observar. A desordem, a corrupção tem tomado conta dos jovens, adultos e até idosos  que tem se influenciado com esse modelo de modernidade.
O desajuste da família que é um reflexo da ausência ou do distanciamento de Deus, vem se tornando cada dia mais presente e desse desequilíbrio não podemos esperar jovens muito ajustados no mundo atual.

É necessário que possamos rever nossos conceitos e valores e olhar com dedicação a Palavra de Deus, a Bíblia, onde se encontram ensinamentos para todas as situações, e no seu Autor buscar discernimento e forças para as mudanças. Certamente elas virão.
É preciso esforço e confiança. Ainda há esperança. Somente em Deus e na Sua Palavra, a qual vivida, aplicada, entronizada em nós, produzirá os frutos que tanto desejamos.
Fazendo a nossa parte, estaremos abençoando nossa família e consequentemente influenciando o mundo. Deus nos abençoe e nos ajude nesse desejo de resgate..


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