Lendo o texto de Jorge Bucay no qual ele diz que o melhor remédio para a solidão é termos um amante, fiquei pensativa.
Nessa idade e com o tipo de vida que levamos não é impossível que tenhamos um amante. Um amante sem compromisso, hoje em dia é até comum. Pessoas querem estar juntas por algumas horas, sem cumplicidade, sem comprometimento. Apenas para satisfação momentânea, para troca de interesses. mesmo assim, deve ser válido.
Refletindo melhor, compreendi que já tenho esse amante. Ele é a minha razão de viver. Ele me conhece profundamente. Preciso dEle sempre.
E a solidão, que é tão comum na vida dos idosos, pode ser satisfeita, preenchida. Ela é até muito benigna, pois quanto maior o silêncio, melhor é o clima para o encontro. Acalmando o coração, buscamos sua presença. É no silêncio que o encontramos, fora dos ruídos desse mundo turbulento e agitado. Podemos ouvir sua voz no canto dos pássaros soltos na natureza, nas gotículas de orvalho acumulados na grama pela manhã, antes que o sol venha buscá-las.
Abrindo a porta de nossa alma,contemplando os jardins que devemos ter plantados no coração, basta chamá-lo. Ele já está presente. Dentro de você. Não depende de salões espaçosos para recebê-lo, nem de roupas especiais para encontrá-lo. Será melhor se você apresentar sua alma vestida com vestes brancas, lavadas no sangue do Cordeiro. Se não teve ainda oportunidade de experimentar esse processo, Ele o receberá como você estiver. Precisa apenas do silêncio, da quietude, para falar-lhe. Ele é tão bom que se você estiver num momento de crise, ainda assim, ele te ouvirá.
Assim é o meu amante, a quem eu amo acima de todas as coisas e com quem converso, elogio, engrandeço, choro, canto... Falo com Ele com frequência. Esse é o meu amante e deve ser também o seu. Seu nome é Deus. Seu apelido é Amor. Deus é amor, dizem os leigos. Deus é amor, repetimos todos.
Vale a pena conhecer esse amor, esse amante Jesus, cujo coração pode amar toda humanidade indiscriminadamente. Lembre-se: Ele ouve e responde sua oração no silêncio da noite, ou no canto do passarinho.