quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A Lição da Espirradeira

Caminhando pela manhã numa rua próxima do bairro onde moro, observei que há uma fileira de pés de espirradeira, um arbusto que dá flores brancas, rosa claro, rosa tinto e vermelhas.
   


Há mais ou menos dois meses atrás, passando pela rua citada, tive um impacto. Todos, ou quase todos os pés de espirradeira tinham sido vítimas de uma terrível violência. Alguém sem coração cortou, impiedosamente seus galhos, destruindo, esmagando, dilacerando mesmo as plantas que estiveram bem verdes e folhudas. Lamentei o que vi... pensei naquela pessoa que teria feito aquilo, por nada... As plantas não incomodavam ninguém ali na calçada...
Uma pessoa que tivesse sofrido aquele violento esmagamento, talvez desejasse morrer...

Daí há mais ou menos dois meses, passei de novo por lá. Para minha surpresa e felicidade, todas as espirradeiras estavam cheias de ramos verdes, cobertos de flores que se debruçavam na calçada, com flores brancas, rosas e vermelhas, enfeitando a avenida, perfumando com seu doce cheiro, como se estivessem dando "Boas Vindas" a cada pessoas que passava por ali. Que lindo! Pensei: elas não apenas dão "Boas Vindas" para mim que as admiro, como também para qualquer outra pessoa que passe pela rua. Até mesmo o agressor, que havia destruído há algum tempo atrás.


Certamente, as plantas sentiram os maus tratos da violência. Murcharam... Mas , à primeira chuvinha que caiu do céu, elas se abriram para receber...Nos dias seguintes, o sol, lenta e carinhosamente, fortaleceu-as com seu calor e vida... Aos poucos se restauraram e novos brotos vieram, novas folhas bem verdes e a seguir se cobriram de flores sem nenhum ressentimento, nem mágoa; por isso puderam expandir a sua beleza, suas cores, sua alegria e vida!

Quando um fato semelhante acontece com pessoas, geralmente a reação é bem diferente. A primeira atitude talvez seja desejar a morte. Em seguida, guardaria no coração mágoa e ressentimento. Por isso mesmo não seria capaz de brotar vida, de irradiar graça, como fez a espirradeira. Se, por ventura, ao receber a maldade, a agressividade, houver perdão no coração e não se permitir desenvolver raízes de amargura... então a vida poderá ser de novo bela como a da flor, refletir luz, emanar perfume, o perfume do Lírio do Vale, da Rosa de Saron, o doce perfume de Cristo - aquele que cura, restaura a vida e salva a alma para toda eternidade.