A abolição da escravidão no Brasil já se deu há 126 anos. Logo nos primórdios , a história do Brasil foi marcada com essa mancha, por essa nuvem de desigualdade entre os seres humanos. Cento e vinte e seis anos é tempo suficiente para a cicatrização dessa ferida e ,até mesmo para a absorção de suas cicatrizes, por maiores que tenham sido os queloides que tenham ficado. Infelizmente, essas marcas ainda são visíveis em todos os ângulos da sociedade, infiltrados como raízes de um câncer nacional, que a cada dia apresenta uma "nova metástase".
As castas, ou classes sociais, tão difundidas na Idade média, jamais desapareceram em nosso país. Os mais pobres, os menos escolarizados, continuam sendo " súditos" das classes mais opulentas. O trabalho escravo hoje, não é o mesmo das senzalas. Mudou a roupagem, mas continua privando o outro, o seu semelhante, de viver com dignidade. Dos escravos exigiam-se os serviços mais difíceis, mais pesados, menos honrosos e mais perigosos. Eram tratados com desrespeito, apanhavam, recebiam alimento de má qualidade, tinham o pior alojamento nas senzalas onde dormiam.
Hoje, acontece quase a mesma coisa. Homens e mulheres são convidados para determinados "trabalhos" que aos seus olhos aparecem como uma oportunidade. Mergulham esperançosos e logo depois percebem o engano, a "armação" na qual caíram. São geralmente levados para outros estados e até países, onde tudo lhes é cobrado e pouco, ou quase nada recebem. Acabam ficando endividados e sofrendo humilhações. Com as mulheres, acontece a mesma coisa. São convidadas para trabalhar e acreditam. Quando percebem estão encurraladas num antro de promiscuidade, sendo exploradas sexualmente, sem condições de retorno, pois apenas adquiriram dívidas.Essa escravidão sórdida existe, funciona e mata sonhos e esperanças de um número sem fim de pessoas pouco esclarecidas e desejosas de ver dias melhores em suas vidas.
É necessário e urgente que as autoridades de nosso país tomem iniciativas e ajam com firmeza, para extinguir esse comércio de seres humanos, esse aluguel de vidas, a exportação de órgãos humanos, o câmbio de crianças inocentes, que são negociadas como animais, depois de sequestrados dos braços de mães indefesas. O brasileiro, o caboclo, o índio, o pobre, o branco ou o negro, é nosso irmão. Somos todos filhos dessa pátria amada, e não queremos ver nossa gente ultrajada e sem valor. Enquanto os nobres, as autoridades governamentais se empolgam e vibram, trazendo para o Brasil o grande evento(inegável) a Copa, e , com ele, gasta bilhões para impressionar o mundo, o povo , o brasileirinho morre, sem recursos na saúde pública, cresce analfabeto por falta de escolas e de mestres competentes, remunerados decentemente, No burburinho das festividades, os hospitais estão fechando por falta de recursos.A violência crescente nas ruas, assaltos, crimes de toda natureza, as greves, a polícia ameaçando parar, parece-nos um colapso total. Os trabalhadores insatisfeitos com os mínimos salários de professores, médicos, enfermeiros... e as cidades em festa! A correria das obras que precisam ficar prontas para a Copa, feitas só Deus sabe como, (a pressa é inimiga da perfeição), embora talvez caiam a seguir..., precisam estar prontas. Precisamos receber bem os visitantes. O mundo estará olhando para o Brasil!
ACORDA BRASIL!!!!! Precisamos de homens íntegros e honrados para te dirigir. Presidente, lembra das dores do seu povo! Você foi escolhida para isso. Eles acreditaram em você. Colocaram em você a sua esperança. Não imaginavam que a tragédia iria aumentar. O sangue do teu povo clama nas sarjetas das favelas e chega até às belas praças movimentadas, também. O choro das crianças cujas mães foram mortas nas esquinas se ouve de longe . Elas tem fome e frio. Os velhos abandonados nos bancos da praça sentem frio e o inverno está chegando. Eles vão morrer. As cracolândias se agitam com as sirenes da polícia nas ruas. Como ratos fogem, mas voltam a seguir. As balas perdidas, como pipocas em aniversário de criança, estouram aqui e ali , e as crianças da festa não acordam no dia seguinte. Crianças e adultos que nada têm com a brincadeira, desaparecem todos os dias. Srª presidente, as faixas, os outdoor, os painéis da copa, estão sujos de sangue. As praias estão assustadas, olhando o sangue que escorre dos morros. A cidade grande se alvoroça cada vez mais. Ouve-se o clamor do povo. Há medo e insegurança no coração do brasileiro.! Srª presidente, é hora de agir! O povo precisa parar de sofrer. O povo precisa de paz. Não queremos mais ouvir o zunido das balas.Queremos ouvir um canto de Paz e de liberdade nos lábios do povo, cujo coração anseia por um governo que nos permita viver com DIGNIDADE e SEGURANÇA, sem opressão nem escravidão.
