Dias muito difíceis vinham transcorrendo e, a enfermidade, cada dia, consumia mais o nosso querido, fazendo-o sofrer muito. De repente, na madrugada de sábado, sob o olhar da esposa atenta e cuidadosa, segurando suas mãos entre as dela, percebeu com o coração, que ele partia... Não se desesperou. Muito sensibilizada, agradeceu a Deus a oportunidade de ter cuidado dele com todo amor, até o último momento e poder guardar no coração a saudade de suas atitudes, de seus gestos e de seu sorriso...
A igreja que nos acolhe todos os domingos, acolheu nesse sábado, uma infinidade de pessoas de todos os lugares, que se reuniram para agradecer a Deus pela vida tão bonita, embora tão sofrida, mas tão abençoada, daquele homem de apenas quarenta e oito anos. Cânticos entoados subiram para o louvor do Senhor e , vários pastores presentes e familiares, fizeram questão de comentar sobre o amigo que partira ,deixando um legado tão exemplar. Seu testemunho durante a longa enfermidade, impressionara a todos que o conheceram. Entre cânticos e orações de gratidão, a esposa e os dois filhos expressaram também o seu heroismo, mesmo diante das escassas possibilidades de lutar pela vida
A partir daí , o carro da funerária conduziu o seu corpo para o campo onde iria ficar, no Parque da Paz. Um dia, lá atrás, quando resolveu adquirir aquele espaço, ele, que sempre teve muito bom humor, chegou a casa feliz, e disse á esposa: "acabei de comprar dois apartamentos no subsolo, numa área muito bonita, de onde se pode ver o por do sol com excelência"!
No sábado, com carinho, um número incontável de pessoas, irmãos da igreja, amigos do TRE onde trabalhava, amigos de infância e adolescência que vieram de Brasília, onde fora criado, amigos e familiares, subiram a íngreme colina, no gesto de acompanhá-lo e lhe oferecerem a última homenagem. Ali ouvimos palavras nobres e dignificantes, ditas pelo Pastor H. Arruda, que ofertou ao Senhor o nosso preito de gratidão, envolvido na beleza e sinceridade daquelas palavras tão oportunas e significativas. Ainda ali, sorrisos e lágrimas de gratidão, pelo reconhecimento da beleza daquela vida, interrompida tão cedo. E a tarde caia, ao som do cântico "Te agradeço"e, enquanto tudo se escondia sob a lápide, olhando para o céu, pudemos contemplar com excelência, o lindo por-do-sol, até que, lentamente, escondeu-se no horizonte, confirmando a palavra poeticamente inspirada. Retiramo-nos, ao descer a penumbra daquele entardecer marcante, do qual guardamos grande saudade do seu sorriso ao por-do-sol.
